A startup de um ex-piscicultor está florescendo durante uma crise tecnológica

Gibran Huzaifah é cofundador da eFishery, a primeira startup de aquicultura da Indonésia e seu mais novo unicórnio. A empresa fornece ferramentas digitais para gestão de pisciculturas a 70.000 agricultores em 280 cidades da Indonésia e tem planos maiores para construir um ecossistema de aquicultura. No início de julho, eles anunciaram US$ 200 milhões em financiamento da série D liderado pela 42XFund, a gestora de fundos global com sede em Abu Dhabi.

Esta entrevista foi editada para maior clareza e brevidade.

No início, nunca quis construir uma startup de tecnologia. Eu era piscicultor. Portanto, não estudei a oportunidade de mercado, comparando o setor, etc. Simplesmente não era minha direção. Eu tinha um viveiro de peixes e queria torná-lo maior.

Conversei com muitos piscicultores e vi que havia um problema no sistema de alimentação dos peixes, e isso me levou a pensar em como automatizar a alimentação dos peixes. Então, meu parceiro e eu fizemos uma máquina de alimentação que chamamos de eFeeder para tornar os sistemas de alimentação mais eficientes. A ideia de negócio era tão simples quanto isso. Acontece que poderia ser transformado num negócio na Internet que resolve um problema crucial no setor da aquicultura.

Em 2013, os smartphones ainda eram um item de luxo. A maioria dos agricultores não tinha um. Enquanto isso, criamos uma solução móvel. Os agricultores não conseguiram nos entender quando conversamos com eles sobre soluções [Internet das Coisas] baseadas em dispositivos móveis. Quando falamos em automação, eles pensaram que ela substituiria os humanos. Eles achavam que não fazia sentido usar a tecnologia. Então tivemos que educá-los sobre a tecnologia, fazê-los compreender o seu valor antes de quererem usar o produto.

Visamos 1 milhão de piscicultores nos próximos cinco anos. Atualmente, estamos focados em conectar upstream a downstream. Queremos oferecer um período e um ciclo mais curtos desde a agricultura até ao processamento do produto – em comparação com a indústria actual, onde há tantos intermediários.